O Eurofestival da Canção é das maiores chachadas de sempre… (Leandro, só agora é que concluíste isso?) Não, por acaso não foi agora. Desde que comecei a ter olhos na cara, há coisa de uns valentes anos atrás, comecei a ver a falsidade que residia neste evento. E esta minha nota tão tardia não resulta do meu descontentamento da mais recente prestação do nosso país, pois a nossa música era realmente muito fraquinha, dado os “standards” em volta do concurso.
É tudo muito bonito, muita cor, alegria, condições de palco e plateia que só não conseguem fazer inveja aos U2, fazem de tal acontecimento algo que merece destaque especial em todas as televisões da Europa. No entanto, a qualidade da maior parte das músicas acaba por ser dúbia, mas pronto, isso até é secundário. Dificilmente me agradariam.
Mas observemos a contenda da Eurovisão: Vários países europeus levam uma canção original para representar o seu país e esta é votada por todos os países participantes.
E pronto, é aqui que a porca torce o rabo… Toda a finalidade do concurso nada tem a ver com que é apresentado no evento. Tenho sérias dúvidas de que uma balada cantada em inglês fosse a melhor forma dos concorrentes do Azerbaijão representarem o seu país… Esperem, se calhar até era, visto que ninguém iria perceber patavina do que se diz para aqueles lados. Mas pronto, quem diz o país vencedor deste ano, diz muitos outros.
Uma coisa é certa, até hoje não me lembro de ver Portugal a participar na Eurovisão com uma música que não fosse cantada na nossa língua. E prestações e classificações à parte, só há que louvar isso mesmo.
Sou o primeiro admitir que muita música soa-me melhor cantada em inglês, mas penso que seria mais sério e muito mais interessante para este festival, se cada país cantasse na sua língua, levasse um pouco da sua cultura para o evento. Isso sim, seria então um verdadeiro Eurofestival.
A outra palhaçada do costume é o método das votações. Geralmente acontecem duas coisas: ou se tem realmente uma música muito boa, ou então moras num sítio porreiro e representas um país que é vizinho de uma série de países participantes. Lá está, porque razão são maioritariamente os países de leste a saírem vencedores? É ridículo.
Estava eu num restaurante da minha terra a beber uns copos com uns amigos, e dei por mim a tentar adivinhar para onde é que X país dava a sua nota máxima. E não é que acertei algumas vezes?!
Enquanto a Eurovisão apresentar todo este formato, mediocridade na cultura que cada país leva para lá, e votações completamente viciadas, será somente um bom serão e um boa desculpa para a canalha se deitar mais tarde num sábado à noite. É verdade, “bons” tempos, eu e a minha irmã em putos, colados à TV a ver isto. (que inocência!) Já lá vai!
