sexta-feira, janeiro 25, 2013

Do Fundo do Baú Pt.II - Ídolos de Algibeira


Do fundo do baú, rubrica de textos que nunca chegaram a ser. Fechados numa pen drive, ou pasta maliciosa qualquer, foram escritos e deixados esquecidos por aqui... porque sim!

Texto sobre a edição mais controversa dos Ídolos. 2010? Afinal o Filipe Pinto lá ganhou, já tem um CD,  e nunca chegou aparecer na banda das manhãs da SIC! (acho eu) Tudo ao lado, portanto.

Tenho tomado atenção aos últimos desenvolvimentos do concurso que, de momento, muito se fala por este país fora, os Ídolos.

Confesso que este sempre foi um programa que só me suscitava interesse na sua primeira fase, quando tudo fazia crer que o espectador não estaria a ver um concurso de música, mas sim, um novo programa de humor, visto a quantidade de cromos que por lá apareciam, que como é óbvio, me proporcionaram grandes gargalhadas, ou então, alguns deles, momentos extremamente deprimentes. Um obrigado a eles!
Outra coisa que é sempre marcante neste concurso é o júri. A edição que decorre alberga nesse grupo: uma brasileira simpática, um gajo porreiro que é músico de jazz, um sabichão que é director de programas da SIC e um energúmeno já nosso conhecido.

O júri dos Ídolos sempre foi conhecido por ser arrogante, insensível, e outras coisas feias que não me apetece agora mencionar. No geral, esta edição nem esteve muito má nesse campo, muito por culpa da brasileira simpática e do gajo porreiro do jazz. Mas compreendo perfeitamente esta posição na fase de casting, pois é necessário ser um bocado duro para certas pessoas perceberem que, cantar não é propriamente a melhor “qualidade” que detêm… Ou seja, expressões como “não cantas puto!”, ou “vales zero!”… Merecem por completo o meu aplauso!

Pena os concorrentes nessas expressões visadas perderem-se em choros, em ofensas ao júri, e lá voltarem para suas terrinhas para cantar no karaoke, ou no banho, ou para a mãezinha que gosta muito do seu filhinho ou da sua filhinha, e não gosta do júri por que este destruiu o sonho de criança do seu menino(a), continuando assim a pensar que vão longe lá no quer que seja a nível musical!

Mas um dos momentos deste concurso, eu diria até, um momento fulcral para o que hoje se passa no programa, foi o casting do concorrente Filipe Pinto, que coitadinho, não queria continuar no programa, só queria a honesta opinião do júri, e para isso levantou-se cedinho e lá foi para a fila dos ídolos, porque coitadinho, só queria a opinião do júri… As pessoas quando se levantam cedo para irem para as filas do centro de emprego, também não vão à procura de trabalho, só vão lá ver se realmente o seu CV possui habilitações para trabalhar no quer que seja, “Eu não quero deixar aqui o meu nome, só quero saber se eu tenho habilitações para trabalhar”… Eu quando vou para fila de uma cantina e fico lá à espera, quando chego à frente também não quero comer, só quero ver se seria capaz de o fazer, e se for na cantina da minha faculdade chego à conclusão que não! Enfim…


Eu sinceramente, e não querendo duvidar da qualidade do rapaz, que é muita, penso que foi uma bela forma de captar atenção não só do público em geral, mas também de captar, especialmente, atenção redobrada do júri. E isto levou o rapaz a ter um tratamento diferente de todos os outros concorrentes, como se tem vindo a constatar não só desde o início do concurso, como gala após gala, falando-se já em “burburinho”, que este é o novo Ídolo de Portugal.

Não ficaríamos nada mal servidos, e sempre haveria uma cara nova na banda do programa da Fátima Lopes.

sexta-feira, janeiro 18, 2013

Do Fundo do Baú Pt.I - Festas em tons de Azul e Branco

Do fundo do baú, rubrica de textos que nunca chegaram a ser. Fechados numa pen drive, ou pasta maliciosa qualquer, foram escritos e deixados esquecidos por aqui... porque sim!

Texto sobre as festivades do Futebol Clube do Porto, devo tê-lo escrito lá para meados de Maio de 2011. Não me lembro!

 
Há muito tempo que ando para escrever este texto, e não foi preciso o Porto ganhar o campeonato, taça de Portugal, e liga Europa, para despontar isso mesmo, pois já acompanho esta epifania desde que me lembro de ver futebol. E não se trata de azia alguma. Para mal dos meus pecados, eu já vi este filme muitas vezes. O certo é que esta minha opinião vai muito para além do amor cêgo a um clube. Consegue alcançar algo bem mais grave e que deve ser visto como matéria para uma análise profunda acerca do comportamento do ser humano.

É especialmente degradante e lamentável toda a festa que envolva um triunfo do Futebol Clube do Porto. Primeiro, porque apesar de não ser anti-portista, as suas vitórias não me satisfazem minimamente. Segundo, porque alguns dos adeptos portistas que se movem nessas festividades sofrem de um comportamento estranho de nome, anti-benfiquismo, ódio ao Benfica em todo o seu esplendor!

Como toda a gente sabe, quando se fala de um “bom” portista, fala-se, naturalmente, de um bom anti-benfiquista. Ou melhor, não é bem assim. Só o portista que é besta, é anti-benfiquista! Ou seja, cerca de 60% dos seus adeptos, isto sendo um bocadinho meigo com esta coisa da estatística.

Mas o rasgo de criatividade com que estes fervorosos adeptos se manifestam nos seus festejos deixam-me boquiaberto. Ora, o FCPorto ganha uma taça e qual é o melhor cântico para entoar tal satisfação? “Alé Porto Alé”??? “O Porto é nosso”??? “Nós somos filhos do Dragão”?? Nah. Nada disso. Vamos lá cantar o… “Benfica é merda!”.

Há um cardapio fantástico de temas que alegram este clube, que contêm, não só, um potencial lírico magistral, mas também um enorme conteúdo ético e que apela directamente à cidadania. Temas como o já falado, “Benfica é merda!”, “Em cada lampião há um cabrão!”, ou então o famossímo “SLB SLB SLB Filhos da Puta SLB”, só relevam o tremendo amor que estes adeptos nutrem pelo “seu” clube de coração!

Mas se estes artistas da música saloia parassem um bocadinho para pensar (isto se fosse possível) constatariam que com isto só estão a dar importância algo que deveriam simplesmente ignorar. Ou seja, penso que andam com as ideias um tanto trocadas, e isto só faz de tais adeptos, pessoas... vá lá, estúpidas!

É certo que adeptos bestas, adeptos exageradamente fanáticos, adeptos com palas na cabeça, há em todos os clubes. Mas temos todos de confessar que grande parte da massa adepta que acompanha esta instituição, Futebol Clube do Porto, revê-se no escalão de adeptos acima citados... e é grave! Mas há cura, meus amigos, há cura! O primeiro passo passa por se assumir que se tem um problema. E esta é talvez a parte mais difícil desta equação. O resto vem por acrescímo.

Temo que com este texto venha a dar entrada no Hospital de S.João nos próximos dias. Espero que bem que não, até porque não me dava lá muito jeito, tenho coisas para fazer, mesmo que não pareça...